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domingo, 27 de junho de 2010

DESCASO

Sombras de tristezas cobrem-me a alma,
Negras nuvens fumam-me o céu,
Enquanto pés descalços pisam o barro,
Casas quantos me podem morar?
Sou socorro aos gritos quem me ouve?
Foice à esperança do viver,
Converter-me à morte quem me espera?
Terra, quantos palmos posso ter?

Ser enlouquecido de arma em punho,
Tiro a esmo, quantos posso ouvir?
Terra se deixou a quem precisa,
Como se delega a um filho seu,
Só se filho desta não ser nunca,
Incompreender-me à vida à que fiquei,
Ser expulso dum palmo de terra,
Ser mandado a sete, que me der!

Sonhar, por que sonhar?
Quem me daria um prato de comida,
Ou um punhado de chão para plantá-lo?
Procurar sentido nesta vida,
É degustar sabores que não os quero,
Enfrentar tais feras peçonhentas,
É pedir para ser pisoteado,
Ser sem terra, ô sonho desgraçado!
É comprar a morte a prestações,
Cada invasão é uma parcela,
E torcer para não ser sorteado,
Mas a sorte às vezes é um açoite,
Como posso desta escapar?

Um comentário:

  1. E ai Filho!
    To me tornando seu seguidor... belo poema.

    Exijo que comentes os meus textos e me add como seguidOr! rsrs

    Abraços.

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