No disparo de um motor,
Ficam praias, ficam ilhas,
São canoas desvalidas,
São crianças desnutridas,
Num pedir de quem passar.
Roncos de águas em marés,
Ao horizonte corriqueiro,
Que se espalha à minha frente
Ante a nau, é ferro, é pau,
Deslizando qual serpente.
Claridade distorcida
Fazem à vista, posso ver,
Solidária vem chegando,
Por meu céu se espalhando,
Bem a pino, o sol prevê.
Reviaja à rebeldia,
Popa à proa a passear,
Como lendas ribeirinhas
Desbotando sem por que,
Sangra de óleo, enodoa a tela,
Nas marolas que se vê,
Respingados surgem ao longe
Num aproximo devagar,
Cruzam ao lado com seus gritos,
Acenando sem parar.
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