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sábado, 8 de janeiro de 2011

DESPERTANDO

Sonhei...
Sonhei que vi a liberdade pousando sobre esta cidade,
Por sobre este grande país, Brasil, do meu coração.

Daí...
Parti num vôo rasante, todo exuberante,
Queria comprovar se realmente existia
Esta terra que eu via, enquanto estava a sonhar,
Mas quando caí na realidade, vi que esta tal liberdade,
É só para quem pode comprar.

É...
E mesmo assim a escravidão come o empregado, o patrão,
E até o tal marajá, que pensa estar excluído,
Só que aos estados unidos todos têm que se curvar.

Só...
Que ainda assim sempre sonho, mesmo acordando tristonho,
Por não ter como lutar...
Por não ter como lutar!


Como não? Pô!

Se até na hora da morte,
Sempre teremos uma chance de dar um tiro no escuro
E quem sabe acerta num muro, resvala e atinge o alvo.
Hum! Só tentando!
Mas para tentar temos que lutar!
Lutar, lutar e lutar!
Lutar para viver, lutar para morrer e lutar muito.
Na vida é sempre assim e a guerra é nossa mesmo,
“Ninguém tasca”, eu vou primeiro!
Só espero que vá mais alguém. Mas quem?
Meus amigos, que amigos?
Ah! Os amigos, da onça, não é?


Estes sim, estes não podem ver grana...
E por grana:
Vendem tudo,
Vendem o voto,
Vendem a vida,
Vendem os amigos,
Vendem a mãe,
Vendem o Brasil,
Vendem-se,
Vendem-me,
Vendem-nos até!
Se a gente não fugir de perto deles, e logo!


Então,
É por isto, que nestas horas alucinantes,
Corro de vez para dentro de mim
E tento ver-me, ver-nos, ver o mundo,
Senti-lo e degustá-lo bastante, para não mais o esquecer,
Mas me canso, e nestas tais horas alucinantes,
É que me descubro no tédio, que teimoso tenta engolir-me,
Daí encaminho-me bem devagar, quase parando,
Aos corredores do pensamento, tentando fugir,
Em vão, bem sei, distanciar-me, quem sabe,
Das clareiras da solidão, que já são tantas,
Nesta vida, mal parida e mal amada,
Qual poeira numa estrada, que não segue e nem acaba,
Mas desbocada vai levando, meio “aos trancos e barrancos”,
Deixando seus rastros, nesta terra: tão querida e tão falida.


Terra?
Puta terra promissora, grande vagina do mundo,
Ser brasileiro é uma honra é como ser filho de tudo,
De todos que dizem ser pai, e de todos que querem ser Deus,
Já que aqui, neste buraco, qualquer um vem e goza.
É só ter dinheiro a pagar e pode pegar o que quiser,
Que a doida não vai se importar, é muito rica, nem vai sentir,
E tem gigolô que defende, não desaponte um cliente,
Ou trata bem destes gringos, ou mato teus filhos de fome.
Fome de quem vem aqui para comer, de quem só vem para roubar,
De quem quer ter sempre uma puta, rica e escravizada,
Sado-mazoquista, dominada e burra,
Burra e de filhos burros, burros e cada vez mais pobres,
Pobres e muito trabalhadores, trabalhadores feitos escravos,
Escravos e muito orgulhosos, orgulhosos de ser filhos desta terra,
Terra que pertence a um império, império que domina o mundo.
O tal mundo da democracia.
Democracia?
Que democracia que nada!
É imperialismo sim,
Democracia é seu nome.
E que nome,
Para quem não sabe, eu explico:
“Democracia”,
É o governo de um povo, para um povo e por um povo.
Bem, isto é o que diz o demônio para esconder seu intento,
No fundo, bem lá no fundo do dito,
Mas agora com clareza explicarei novamente,
Contradizendo o de há pouco,
Demo - quer dizer demônio, daqueles bem grandes e violentos.
Cracia - quer dizer governo, soberania ou regime,
Mas se não fui bem entendido outra vez explicarei,
Democracia minha gente,
É o governo de um demônio cercado de incompetentes,
Sobre um povo que é burro, mas se julga inteligente e bom.


Mas bom para que? Ah sim!
Bom para morrer de fome,
Bom para morar na rua,
Bom para ser escravo,
Bom para servir de pasto,
Bom para viver sonhando,
Sonhando sim, com um paraíso.
E por falar em paraíso, alguém já conhece o meu,
Meu paraíso é lindo, é o meu céu, o meu éden e neste aprazível lugar,
Neste paraíso chamado Brasil, que eu amo de todo o coração,
Donde eu nunca quero sair, mesmo querendo até me expulsar,
Que tem de tudo, tudo o que se possa imaginar.


Tem todo tipo de santo:
Tem santo, com cara de pau;
Tem pau, com cara de santo;
Tem santo, roubando gente;
Tem gente, roubando santo;
Tem santo, metido a ser gente;
Tem gente, metido a ser santo;
Tem santo, que é meio gente;
Tem gente, que é meio santo;
Tem santo, entregando gente;
Tem gente, entregando santo;
Tem santo, comendo a gente;
Tem gente, comendo aos santos;


E santo de peso, tem:
Santo grande,
Santo pequeno,
Santo magrão,
Santo gordinho,
Santo católico,
Santo protestante,
Santo espírita,
Santo macumbeiro,
Santo ateu,
Santo carismático,
Santo judeu,
Santo gay,
Santo machão,
Santo mulher,
Santo sapatão,
Santo que parece santo
Santo que nunca foi santo.


Mas vive ali infiltrado, vestido em manto,
Desbotado, em qualquer canto,
E assim desengonçado vai ficando neste altar,
Não come nada de ninguém, mas vive lá, de enjoado,
Puxando o saco de todos, babando no ovo de uns,
Enchendo a trouxa de outros, das coisas que se dizem roxas,
De cada um dos tais santos, deste meu lindo céu.
Isto sim é que um céu, onde todos têm seu lugar,
Onde todos querem reinar num céu de todos os santos.


Santo...
Que despreza o pranto de um devoto infanto que se insatisfez.


Santo...
Que regula a prece, nunca dá mesmo a quem merece,
E assume até o que não fez.


Santo...
De topo de altar, democrata de lascar, seu nome é capital.


Santo...
Que só ampara aos que tem, rouba só dos que nada tem,
E se apóia em edital.


Santo...
Que escreve as leis, só para quem tiver dinheiro para pagar,
E quem não tiver o dito, é considerado o maldito,
Antes de a lei o julgar.


Santo...
Que é o patrão de gente com o pau na mão, para defendê-lo do povo,
Povo este que lhe paga, que sob as botas o esmaga,
Pois sempre é um estorvo.


Santo...
Que é mais que um pai, que pega na mão de quem vai,
E beija o rosto de quem vem, trata a todos como amigo,
Pois mesmo o maior inimigo lhe paga a vida que tem.


Santo...
De cara amarrada, para ninguém lhe pedir nada,
Para ninguém lhe procurar, explora ate seus parceiros,
Vive nadando em dinheiro, do povo, que tem que pagar.


Este é meu céu,
Meu éden chamado Brasil, que mais parece um pinico,
Ou quem sabe uma grande fossa, aonde todo mundo caga,
Onde o gringo a terra estraga, onde o povo se perdeu,
Onde a ONU faz embargo, a comida passa a largo,
No prato do miserável, que vive de pé descalço,
Num barraco meio em falso, na terra dum tal manda-chuva,
Que pega a tudo que quer, come a filha e a mulher,
E manda prender o bandido quando quer se rebelar.
Puta herança maldita, coisa de seu Cabral,
De jesuítas corsários, de portugueses piratas,
Que só nos vieram roubar, queimaram nossa cultura,
Fizeram aqui sepultura e teimam em nos enterrar,
Tacham-nos, aqui, de ladrões, eles que me são os vilões,
Que tudo nos querem levar, de nós, os próprios donos da casa.



Por quê?
Porque então nos roubaríamos? Criminosos de nascença,
Brasileiros, por demais, vamos buscar nossos brios,
Vamos armar nossas almas, vamos encher as cadeias,
Vamos lutar lado a lado e já que o destino é morrer,
Vamos morrer, mas lutando, lutando por nossa vida,
Pela real independência, pela abolição da escravatura,
Por um governo capaz, que expulse o satanás,
De nossa pátria tão amada, de nossa terra querida.


Nossa doce casa, terra boa, terra de tupis e tupinambás,
Banhadas por sangues guerreiros, talhada às sagas de tupã.
Terra que nos viu nascer, escravizados, acorrentados aos ferros,
Por uma monarquia pré-histórica, e ultrapassada por demais,
De um povo sádico, metido a conquistador e destruidor de nações,
De muitas nações africanas, e de nossa boa terra.
Mas se quisermos, realmente, ainda podemos ser livres,
Quem sabe, pelo menos morrer livres, ou mesmo esquartejado,
Feito um inconfidente famoso, lutando por nossa liberdade,
Pela liberdade de nossos filhos, por nosso Brasil, por nós!


Liberdade ou morte!

“Independência ou morte!”

Morte... Vida...

É vida ou morte?

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